Não tome nenhuma decisão entre o Natal e o ano novo.
- Paula Lampé Figueira
- 26 de dez. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 6 de jan. de 2023

Tenho preguiça de "balanços de final de ano". Não somos uma empresa para fazer um balanço anual contabilizando a nossa vida. Além disso é um trabalho que nos exige um baita nível de elaboração que geralmente não estamos afim de fazer - pelo menos no fim do ano onde estamos pra lá de exaustas.
Fazer uma retrospectiva das nossas vidas dessa forma é nos resumir ao que ganhamos e produzimos. Ou seja: uma suposição de que somos máquinas! A dedicação aos estudos e ao trabalho se tornam investimentos. Os avanços nos relacionamento amoroso contabilizados como construções.
Estabelecemos metas, muitas delas irrealizáveis para o ano seguinte: emagrecer, viajar, bater um recorde numa competição, conseguir um bom emprego, passar num concurso, fazer uma viagem, conquistar um título mundial.
Seria melhor acreditar que nossos desejos não se resumem apenas a metas. Na verdade, eles são apenas pontos em direção a isso. Só que pensar sobre o que queremos de fato dá um trabalho danado. E como estamos exaustas no final do ano não nos dispomos ao verdadeiro trabalho de elaboração sobre o que queremos.
Para fazer uma retrospectiva e estabelecer metas que façam sentido e valham a pena é preciso disposição para mergulhar fundo na nossa própria loucura e paciência para retornar a superfície e continuar a nadar.
Mas lembre-se que você pode para dar um tempo para renovar suas energias e tomar suas decisões em janeiro.
* Reflexões a partir a leitura de uma entrevista do psicanalista Cris Dunket à revista GZH em 2015
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